Frankenstein
É Mary Shelley quem nos remete diretamente para a Antiguidade Clássica ao considerar o seu Frankenstein como o Prometeu moderno. O fogo dos deuses é agora o segredo da vida, que se vê materializado na criatura engendrada pelo Dr. Frankenstein através de uma heterodoxa abordagem do método científico, onde também se cruza alguma da investigação feita em torno do galvanismo e da medicina forense, em voga na época. Apesar de tomar como seu um atributo divino, o Dr. Frankenstein não será capaz de controlar completamente as implicações próprias da sua criação, o que terá, naturalmente, consequências funestas. Temos pois um olhar romântico sobre Prometeu e o mito de Pandora, onde se vislumbram os homúnculos de Paracelso e o Golem da tradição judaica.